quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Filme: A Guerra do Fogo


Filme: A guerra do fogo (La guerre Du feu) 1981. França/Canadá. Jean-Jacques Annaud. 100 min.



A guerra do fogo

Apesar de algumas incongruências, os grupos que disputam o fogo, por exemplo, um composto de humanos, no máximo neandertais, e outro uma mistura bizarra entre humanos e macacos, o filme é bastante aceitável para ilustrar os primeiros tempos da jornada do homo sapiens sobre a Terra.
É importante apresentar aos alunos alguns aspectos relevantes da narrativa. Em primeiro lugar o desconhecimento de como se faz o fogo, o grupo de neandertais age com o fogo como se este fosse algo de sobrenatural, logo evitam que o mesmo se apague. É bom ressaltar o surgimento de um pensamento abstrato, ver o fogo como algo sobrenatural é demonstrar capacidade para lidar com algo impalpável, mas que pode estar consigo.
     Gosto muito de chamar atenção dos alunos para uns momentos antes da disputa pelo fogo em que há uma relação sexual baseada antes de tudo nos instintos. Vemos claramente uma fêmea grávida e outra que quando passa atrai o olfato de um macho [faço um parêntese para lembrar aos alunos da relação entre animais, sem qualquer envolvimento afetivo, que é o que ocorre no momento é bom destacar a importância do olfato nesse período também]. Depois de sentir o olor feminino o macho sai em busca de saciar seus instintos e a luta pelo fogo inicia-se logo em seguida.
Na luta pelo fogo é bom destacar a brutalidade das ações, sem qualquer vestígio de clemência pelo adversário é uma guerra de vida ou morte. Apesar de vencedor o grupo de neandertais perde o fogo e, como não sabem fazê-lo, destacam membros do grupo para partirem em uma busca por outra chama que possa manter aquecido, protegido e bem alimentado o grupo.
Depois de uma série de aventuras em que encontram leões dente de sabre, outro grupo de neanderteais, contra o qual têm uma batalha sangrenta, nos moldes do primeiro confronto do filme, os caçadores finalmente encontram uma tribo melhor estabelecida culturalmente. Alguns aspectos nesse encontro merecem ser destacados:
·      O segundo grupo é possuidor de melhores ferramentas/ armas de guerra, enquanto que o grupo de neandertais ainda usa instrumentos de pedra lascada o que os coloca em inferioridade;
·       O segundo grupo já se comunica, o que os coloca em um estágio de organização social mais satisfatório;
·       Construíram habitações, ou seja, abandonaram as cavernas;
·       Um ponto interessante a se destacar, fazendo um paralelo com o início do filme, é a relação sexual, enquanto é mantido prisioneiro o guerreiro, de outro grupo, é “convidado” a manter relações com mulheres da tribo. Chamo atenção para o fato de que as mulheres escolhidas sejam todas gordinhas, melhor parideiras, portanto. É bom fazer uma relação com a “Vênus de Willendof”. Ainda no que se refere à relação sexual é bom destacar a posição na qual a mulher se coloca deitada sobre o chão, diferente da qual o prisioneiro neandertal está acostumado. A tribo, por conseguinte, encontrou uma forma de manter relação mais humanizada, avançando sobre os instintos. É bom destacar a coexistência dos mais variados grupos, como na imagem abaixo.

·       Por último, aprende que há como se fazer o fogo sem precisar conservá-lo sempre.
De volta à sua tribo o grupo de neandertais já domina a arte de fazer fogo, e isso vai ser preciso, há também um ganho cultural no encontro dos dois grupos, mostrado nas cenas finais em que há, no grupo de neandertais, um princípio de domínio de uma linguagem.
Listo alguns pontos para serem observados pelos alunos e, eventualmente, fazerem uma redação levando em consideração o filme visto.

Pontos para serem observados durante a exibição do filme:
·         Entenda qual a importância do fogo na Pré-História;
·         Observe como os grupos humanos se comunicam;
·         Observe a condição nômade dos grupos pré-históricos;
·         Busque compreender os diferentes estágios de adaptação diante da natureza dos diversos grupos humanos;
·         Entenda que os diferentes estágios de adaptação ao ambiente favorecem a uma melhor produção de artefatos para extrair, desse ambiente, uma melhor condição de sobrevivência.

Há alguns anos fiz alguns cortes no filme que o reduziram pela metade, isso favorece a exibição do filme, que pode ser feita em uma aula deixando tempo para discussão, visualização de algumas cenas novamente e comparação com um documentário excelente, “Homem pré-Histórico, vivendo entre feras” da Discovery. Mais a frente posto algo sobre este documentário.


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