A
guerra do fogo
Apesar de algumas incongruências, os grupos
que disputam o fogo, por exemplo, um composto de humanos, no máximo
neandertais, e outro uma mistura bizarra entre humanos e macacos, o filme é
bastante aceitável para ilustrar os primeiros tempos da jornada do homo sapiens
sobre a Terra.
É importante apresentar aos alunos alguns
aspectos relevantes da narrativa. Em primeiro lugar o desconhecimento de como
se faz o fogo, o grupo de neandertais age com o fogo como se este fosse algo de
sobrenatural, logo evitam que o mesmo se apague. É bom ressaltar o surgimento
de um pensamento abstrato, ver o fogo como algo sobrenatural é demonstrar
capacidade para lidar com algo impalpável, mas que pode estar consigo.
Gosto
muito de chamar atenção dos alunos para uns momentos antes da disputa pelo fogo
em que há uma relação sexual baseada antes de tudo nos instintos. Vemos claramente
uma fêmea grávida e outra que quando passa atrai o olfato de um macho [faço um parêntese
para lembrar aos alunos da relação entre animais, sem qualquer envolvimento
afetivo, que é o que ocorre no momento é bom destacar a importância do olfato
nesse período também]. Depois de sentir o olor feminino o macho sai em busca de
saciar seus instintos e a luta pelo fogo inicia-se logo em seguida.
Na luta pelo fogo é bom destacar a
brutalidade das ações, sem qualquer vestígio de clemência pelo adversário é uma
guerra de vida ou morte. Apesar de vencedor o grupo de neandertais perde o fogo
e, como não sabem fazê-lo, destacam membros do grupo para partirem em uma busca
por outra chama que possa manter aquecido, protegido e bem alimentado o grupo.
Depois de uma série de aventuras em que encontram
leões dente de sabre, outro grupo de neanderteais, contra o qual têm uma
batalha sangrenta, nos moldes do primeiro confronto do filme, os caçadores finalmente
encontram uma tribo melhor estabelecida culturalmente. Alguns aspectos nesse
encontro merecem ser destacados:
· O segundo
grupo é possuidor de melhores ferramentas/ armas de guerra, enquanto que o
grupo de neandertais ainda usa instrumentos de pedra lascada o que os coloca em
inferioridade;
· O segundo grupo já se comunica, o que os
coloca em um estágio de organização social mais satisfatório;
· Construíram habitações, ou seja, abandonaram
as cavernas;
· Um ponto interessante a se destacar, fazendo
um paralelo com o início do filme, é a relação sexual, enquanto é mantido
prisioneiro o guerreiro, de outro grupo, é “convidado” a manter relações com
mulheres da tribo. Chamo atenção para o fato de que as mulheres escolhidas
sejam todas gordinhas, melhor parideiras, portanto. É bom fazer uma relação com
a “Vênus de Willendof”. Ainda no que se refere à relação sexual é bom destacar
a posição na qual a mulher se coloca deitada sobre o chão, diferente da qual o
prisioneiro neandertal está acostumado. A tribo, por conseguinte, encontrou uma
forma de manter relação mais humanizada, avançando sobre os instintos. É bom destacar a coexistência dos mais variados grupos, como na imagem abaixo.
· Por último, aprende que há como se fazer o
fogo sem precisar conservá-lo sempre.
De volta à sua tribo o grupo de neandertais
já domina a arte de fazer fogo, e isso vai ser preciso, há também um ganho
cultural no encontro dos dois grupos, mostrado nas cenas finais em que há, no
grupo de neandertais, um princípio de domínio de uma linguagem.
Listo alguns pontos para serem observados
pelos alunos e, eventualmente, fazerem uma redação levando em consideração o
filme visto.
Pontos
para serem observados durante a exibição do filme:
·
Entenda qual a importância do fogo na Pré-História;
·
Observe como os grupos humanos se comunicam;
·
Observe a condição nômade dos grupos pré-históricos;
·
Busque compreender os diferentes estágios de adaptação diante da natureza
dos diversos grupos humanos;
·
Entenda que os diferentes estágios de adaptação ao ambiente favorecem a
uma melhor produção de artefatos para extrair, desse ambiente, uma melhor
condição de sobrevivência.
Há
alguns anos fiz alguns cortes no filme que o reduziram pela metade, isso
favorece a exibição do filme, que pode ser feita em uma aula deixando tempo
para discussão, visualização de algumas cenas novamente e comparação com um
documentário excelente, “Homem pré-Histórico, vivendo entre feras” da
Discovery. Mais a frente posto algo sobre este documentário.
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