terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Livro: O Clube do Filme


GILMOUR, David. O clube do filme. Um pai. Um filho. Três filmes por semana. [trad. Luciano Trigo] Rio de Janeiro: Intrínseca, 2009



Confesso que quando ouvi falar desse livro fiquei todo empolgado. Estava iniciando a minha experiência com filmes, de maneira mais ordenada e elaborada com adolescentes, então nesse livro eu poderia encontrar alguma orientação de como agir, sem contar que minha filha estava nascendo, e como todos os pais estava já preocupado com sua formação, o que precede e sucede à educação escolar.
A história começa quando o pai percebe que o filho, adolescente, não estava indo bem na escola, ao contrário, estava ficando cínico, mentiroso, preguiçoso, sem perspectiva de futuro alguma. Sem saber o que fazer, o pai acaba arriscando tudo, propondo ao filho que ele abandonasse a escola, por um período, mas seguido a esse abandono ambos teriam uma sessão semanal de três filmes, escolhidos pelo pai pelo tempo que durasse a ausência da escola.
ideia me pareceu muito interessante, é claro que eu não chegaria ao radicalismo de aceitar um abandono da escola. Na verdade fiquei me perguntando, como foi que a situação chegou nesse ponto. É claro que como professor mais ou menos imagino, o caminho trilhado até chegar nessa situação. Enfim, a situação estava dada, a solução, radical, encontrada, testada e relatada no livro.
Minha decepção com o livro começou quando os filmes eram apenas citados, no máximo um resumo de duas linhas sobre o enredo, eventualmente a reação do filho, comentários, bastante superficiais sobre a obra e o restante do livro um relato sobre como o pai é realmente um banana e o filho um, como diria minha mãe, bobo alegre.
É bem verdade que o livro mostra uma aproximação entre pai e filho, mas fiquei me questionando, essa aproximação é verdadeira, para usar a expressão que estou me segurando, é profunda? Vejo, na história do livro, “dois perdidos numa noite suja” andando como se fossem bêbados vendo filmes e? E não ficamos sabendo nada. A não ser que o menino consegue ser aprovado em algo que me parece ser o supletivo e fica “superfeliz” da vida. Os gritos dele me lembraram os que eu emiti quando passei no vestibular “eu consegui”. No ensino médio, nem na formatura eu fui.
Enfim, saí da leitura do livro mais decepcionado do que satisfeito, não acrescentei nada às minhas expectativas com relação ao projeto de filmes dentro da escola que estava pensando e nem no que se refere à educação paterna, que exerço hoje em dia acrescentei algo positivo, mas tenho a certeza, meus filhos jamais chegarão ao ponto de serem derrotados pela escola, por mais que ela seja ruim para tergiversarem pelo supletivo e se satisfazerem com isso como se tivessem descoberto a pólvora.
Eis uma leitura que não aconselho a ninguém.

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